Quem visita Braga, no Norte de Portugal, normalmente fica pouco tempo por lá. Infelizmente! Isso porque a capital do Minho tem muito mais a oferecer do que um passeio de poucas horas. E um lugar que acaba ficando de lado nessa correria é o Museu dos Biscainhos, uma joia a poucos metros do centro histórico da cidade.
O local nem sempre foi um museu, é claro. A construção do prédio, o Palácio dos Biscainhos, começou no fim do século 17 e terminou em meados do século seguinte. Ele passou pela mão de várias famílias até que foi comprado pelo governo local em 1963 e transformado em museu em 1978.
O Palácio
O prédio é um belo exemplo de uma casa senhorial setecentista, com salões amplos e muito luxo, do chão ao teto. O Palácio tem um formato de L e conta com dois andares. O átrio, em piso de pedra, recebia os cavalos. Hoje o espaço se divide com a recepção e a loja do museu.
O térreo era o espaço da serventia, por isso ainda há bem preservada uma grande cozinha, com diversos utensílios de ferro. Ainda no térreo está o pátio interno, com uma bela fonte central e colunas de granito que se estendem até o primeiro andar, ou o andar nobre.
No segundo andar estão os espaços usados pelas famílias que por lá passaram, com um belo salão nobre, salas de música e de jantar, gabinetes e aposentos particulares. Nada espetacularmente luxuoso, mas com tetos muito bem decorados e paredes com lindos detalhes em azulejos.
Os Jardins
O Palácio, porém, não é o principal da visita ao museu. O que realmente vale a visita são os Jardins dos Biscainhos, localizado na continuação do átrio. É um jardim de aproximadamente um hectare, tipicamente barroco, com colunas, fontes e esculturas. E, claro, plantas e flores.
O jardim é dividido em três partes principais, a começar pelo terreiro, logo na saída do edifício. Depois de um discreto portal, inicia-se o “jardim formal”, em um traçado de labirinto, com corredores delimitados por buxos e esculturas.
Seguindo pela rua central, chega-se a um belo portal e uma escadaria de poucos degraus que abrem o pomar e a horta. São gramados simples, mas cercados de belas árvores. Entre elas um Tulipeiro da Virgínia, datado de 1755, e classificado como de Interesse Público em Portugal.
E para o fundo do jardim estão as muralhas com guaritas que delimitam a propriedade. É mais um ótimo lugar para tirar fotografias, especialmente se o dia estiver com bastante sol.
Vale a pena?
Nós estivemos duas vezes no Museu dos Biscainhos. Na primeira vez fomos no inverno, então as árvores estavam com poucas folhas, o que garantiu um certo charme. Além de uma luz sensacional. Na segunda vez estivemos no verão, então o verde tomou conta e as cores ficaram bem mais vivas.
Nas duas oportunidades, valeu muito a pena, especialmente pelo jardim. Na primeira vez, não entramos na casa, no museu em si, apenas no jardim. Quando voltamos, acabamos entrando no palácio. É interessante, mas nada de excepcional.
Para quem tiver um pouco mais de tempo em Braga e já tiver feito o básico, pode colocar o Museu dos Biscainhos no roteiro. E o que é bom, por ser um espaço pouco visitado, é que é bastante tranquilo. E você pode fazer tudo no seu tempo.
Onde que fica o Museu dos Biscainhos?
O Museu dos Biscainhos fica na Rua dos Biscainhos (que óbvio!) nº 4700, a apenas 100 metros do Arco da Porta Nova, a entrada para a parte histórica de Braga. É um pulo.
Horário
De terça a domingo, das 10h às 12h30 e das 14h às 16h45.
Preço
Jardins: entrada gratuita.
Palácio: € 2,00.